Fundo do Blog - Papel Parede

segunda-feira, 18 de julho de 2011

OS GÊNIOS

Cearense de Morada Nova, como tantos outros fugindo da seca e, por conseguinte, da fome se desloca para o Acre com Pai, Mãe e mais três irmãos e inexoravelmente vão para seringais. Na viagem começa um namoro com uma vizinha, também de Morada Nova.
Muda-se para Rio Branco, casa-se iniciando uma família que vai redundar em onze filhos. Vai trabalhar numa fazenda chamada NEMAIA, relação que durou muitos anos até que ela foi vendida e ele foi mandado embora e não teve os seus direitos trabalhistas pagos numa contenda em que o fazendeiro chamado ARMANDO JOBIM, comprou a sentença do único juiz existente chamado JAIME MENDONÇA.
Em seguida foi trabalhar na usina do governo que ficava onde hoje é o mercado do produtor.
O Partido Comunista do Brasil foi fundado no Acre e ele foi um dos seus fundadores. Discutia materialismo dialético e programas do Partido.
Ocorre que ele só sabia escrever e então descobria quem sabia ler e fazia amizade para que o amigo lê-se para ele em voz alta e absorvia tudo aquilo que era lido.
Tinha um garoto, seu vizinho, órfão de pai e que além de saber ler  trabalhava na dita usina com ele, e que se chama JOSÉ OLAVO DE SOUZA GUERRA, morando no Rio de Janeiro, ao longo da amizade leu muitos livros para ele.
A sua biblioteca para uma cidade que mal tinha um jornal era fora do comum.
Criou os onze filhos, mais dois sobrinhos da mulher com dignidade. Tinha uma visão de vida fora do comum, sua filha mais velha disse a ele que iria se casa, e ele então perguntou com quem  ela falou, e quando escutou, procure um homem para se casar porque aquele "turco" não é homem para mulher nenhuma. O pretenso casamento acabou-se naquele dia e o "turco" casou-se com uma mulher muito bonita e foi corno toda a vida.
Dono de uma sensibilidade grande. A filha mais velha casou-se, e, o segundo filho aos seis anos sem que ninguém o ensinasse leu o jornal dominical todo para ele o que fez aquela figura durona se derramar em lágrimas.
Suas namoradas eram várias e uma delas casada teve duas filhas dele, que a mulher descobriu e fez todo o enxoval  da duas. A mulher também estava a frente do seu tempo e fazia questão de arrumá-lo para que ele fosse para a rua encontrar com os amigos, amigas e eventualmente o prostíbulo existente na Rua Seis de Agosto. Sim porque a esta altura a menstruação dela já havia acabado e nessa época acabou a mestruação a mulher achava que acabara tudo. Daí o seu desprendimento.
Seus onze filhos, com a exceção de dois, todos se formaram.
Na década de cinquenta a política no Acre era feita os adversários se respeitando. Um dos seus filhos chegou formado e o Cel. MANOEL FONTENELLE DE CASTRO, seu adversário político mandou um conjunto de músicos da Guarda Territorial tocar numa festa na casa dele em homenagem ao filho formado. Que grandeza.
As pessoas eram respeitadas porque se faziam respeitar.
Os filhos Raimundo, Hilda, Avelino, Zilda, Nilda, Hamburgo, Iza,  Ilma, Maria, Hidemburgo e Isis.
Os sobrinhos Obecina e Abelcimar.
As fora do casamento Dalva e Eunice.
Os gênios ABEL VIEIRA DE MELLO E MARIA RICARDINO CARNEIRO, DEPOIS CARNEIRO DE MELLO.

Nenhum comentário:

Postar um comentário