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segunda-feira, 4 de julho de 2011

LOURIVAL, O BOM

Lourival, um pernambucano perdido no Rio de Janeiro, vai trabalhar como faxineiro num edifício de classe média no CATETE , muito jeitoso, solícito, quando perto da portaria nunca deixava uma mulher carregar embrulhos tratando-as de "madama" o que as deixava se achando importante.
Prédio clássico de garconiere ou de morada de mulheres que tinham como amantes homens casados, algumas até com filhos.
Eis que surge um fazendeiro mineiro com uma amante linda , maravilhosa, com um corpo escultural, loura bunduda como se mulata fosse, alguns pequenos traços de miscigenação.
O mineiro visitava-a uma vez por mês nunca ficando mais de uma semana o que o deixava sempre nervoso.A qualquer contato o seu desconforto era visível. A figura de Lourival, sempre muito atencioso e respeitador levou-o a uma abordagem infalível.
Nesta época o salário mínimo girava em 62,00 (sessenta e dois cruzeiros), e, o mineiro querendo se acalmar vai ao Lourival e faz uma proposta mais do que irrecusável, ele teria 100,00 (cem cruzeiros) por mês para fazer um relatório a respeito do comportamento da dona Júlia, no que Lourival no primeiro momento não quis aceitar dizendo que a dona Júlia tinha um comportamento exemplar, mas, isto não foi suficiente para acalmar o mineiro aflito que sabia que era muita areia para o caminhão dele.
Todos os meses Lourival fazia o seu relatório do jeito que o mineiro queria escutar, fato que tornou-os amigos a ponto de levá-lo para almoçar por vários domingos na sua casa em VILAR DOS TELES na baixada fluminense (bastante longe do Catete), onde Lourival vivia com mulher e cinco filhos.
Só não sabia e nunca soube o mineiro que o Lourival tomava conta da dona Júlia de maneira exemplar levando-a para a cama nos intervalos mineirísticos ,assim como também recebia uma mesada da dona Júlia, por "serviços" mais do que relevantes.

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